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Belo Horizonte e (algumas de) suas movimentações subterrâneas

In blog on janeiro 18, 2015 at 20:45

“O mainstream vem até você, mas é você quem tem que ir até o subterrâneo.”

Frank Zappa

As insurgências cotidianas não começaram em junho de 2013 e não vão parar lá! É importante que se diga e se repita para que toda uma história de lutas não seja apagada pelo maravilhoso sopro do eventual que foi junho.

O apagamento da história recente em prol do fetiche da novidade é algo que beneficia igualmente acadêmicos, intelectuais públicos, estetas e o próprio poder econômico-político. No esforço para que nada ocorra, uma das estratégias mais claras de qualquer poder é impedir o acesso ao que veio antes e assim poder evitar o que virá, mantendo o separado enquanto separado, a experiência isolada e estranha. É negando o esquecimento que podemos fazer jus aqueles que vieram antes, substituindo o olhar meramente de espectadores por um olhar político, afirmando o passado como uma abertura, não homogênea e não contemplativa. É esse olhar que permite elementos dispersos possam ser reconhecidos como uma tradição insurrecional.

O crescente interesse nas práticas festivas, estéticas e políticas, com suas pretensões horizontais, autogestionárias, apartidárias e anticapitalistas é indício da difusão de idéias e experiências que até então estavam limitadas a pequenos grupos, subterrâneas. Para que muitas dessas vivências não se percam no tempo e na busca do sempre novo fizemos um apanhado altamente pessoal, totalmente parcial e criminosamente afetivo. Não pretendemos aqui realizar uma narrativa definitiva (sabemos como muitas coisas ficaram e ficarão de fora), longe disso… queremos também de certa forma estabelecer a NOSSA genealogia, já que somos altamente devedores das movimentações citadas!

Começaremos então uma pequena e confusa linha de (algumas) movimentações subterrâneas em Belo Horizonte:

– MANSÃO LIBERTINA/COMUNA

Mansão Libertina

Espaço anticultural do final dos anos 90 e início dos 20000 que contava com biblioteca, estúdio para ensaio, shows, festas e palestras. A Mansão era um espaço de moradia mas que também abrigava maravilhosas bandas como o Saddest Day, Libertinagem, Retórica e projetos como o coletivo Cisma, além de ser um local central importância para as movimentações da época.

– CARNAVAL REVOLUÇÃO

Carnaval Revolução

Criado em 2002 na Mansão Libertina e posteriormente realizado em diversos lugares inusitados (de um hotel no centro a um lava-jato, passando por um sítio e uma escola pública) o evento ocorreu durante 10 anos sempre no período de carnaval com shows, debates, oficinas, apresentações de teatro, performance, palestras.

Constituía como um importantíssimo ponto de encontro de diversos indivíduos e movimentações em todo Brasil afim de discutir, divulgar e vivenciar práticas libertárias.

Pequeno texto no Centro de Mídia Independente sobre o Carnaval Revolução (www.midiaindependente.org/en/red/2003/12/269216.shtml)

Carnaval Revolução - Bloco

– GATO NEGRO – CENTRO (ANTI)CULTURAL

 Gato Negro

Criado após o Carnaval Revolução em 2002, o Gato Negro – Centro (anti)cultural funcionou no Maletta até 2005 com uma vasta programação que incluía vídeos, debates, palestras, oficinas (incluindo de arte urbana e culture jamming) e cursos. Permanentemente qualquer pessoa podia ter acesso à livros, revistas, vídeos e fanzines. Funcionava lá também um café vegano.

O Gato Negro hoje se constitui como um coletivo voltado a causa dos direitos animais e divulgação do veganismo.

Pequeno texto no CMI sobre o espaço (http://brazil.indymedia.org/content/2003/06/256866.shtml)

Gato Negro - Centro Anticultural

– COLETIVO ACRÁTICO PROPOSTA (CAP)

S26 - Belo Horizonte

Coletivo anticapitalista que estava em constante contato com diversos outros coletivos dentro e fora do Brasil durante os protestos antiglobalização no início dos anos 2000 em Belo Horizonte. Em conjunto com o Alimento & Ação, coletivo inspirado no Foods Not Bomb e que também estavam envolvidos como Carnaval Revolução, convocaram as manifestações do S26 [26 de setembro de 2000] em Belo Horizonte dentro dos dias de Ação Global dos Povos (AGP). A importância do CAP se dá pela articulação e crítica das diversas lutas na cidade e outros pontos do Brasil e do mundo, buscando ligar o local ao global e o global ao local. Em 2001 e 2002 com outros coletivos fazem duras críticas ao Fórum Mundial Social por seu caráter reformista e hierarquizado.

E-mail convocando para o “26 de Setembro: Carnaval Contra o Capitalismo” (https://br.groups.yahoo.com/neo/groups/libertarios/conversations/topics/1918).

Considerações extemporâneas sobre nossa não-ida ao FSM” texto crítico de 2001 sobre o Fórum Social Mundial do Coletivo Acrático Proposta, Coletivo Contra-a-Corrente e Comunidade Piracema (http://www.inventati.org/contraacorrente/panfletos.htm#materia1).

“Mais do Mesmo… novamente afirmamos: não vamos ao Fórum Social Mundial de Porto Alegre!” texto de 2002 sobre o Fórum Social Mundial do Coletivo Acrático Proposta, Coletivo Contra-a-Corrente e Comunidade Piracema ( http://www.inventati.org/contraacorrente/panfleto/fsm2002.htm).

S-26 - Praça 7

– DIA SEM COMPRAS

Dia Sem Compras

Inspirado no Day Buy Nothing Day do coletivo americano Adbuster, manifestação que critica o consumismo e a cultura capitalista com a proposta de passar um dia sem nada comprar. Nos EUA é comemorada na Black Friday, no Brasil comumente na véspera de Natal já que é justamente nessa data quando as pessoas ficam mais insanas para consumir.

Em 1999 ainda no dia 26 de novembro e coordenando com os “Buy Nothing Day” pelo mundo, o coletivo Alimento & Ação coordenou uma ação na entrada do Shopping Cidade com seus integrantes elegantemente trajados de terno distribuindo comida e panfletando. Foram exibidos diversos cartazes com slogans anticapitalistas e anticonsumo (http://www1.fotolog.com/tooleo/263867/ e http://www1.fotolog.com/tooleo/268505/).

Em 2000 já na véspera de Natal, manifestantes fizeram uma intervenção na porta do Shopping Cidade, com panfletagem e comida grátis, sendo duramente reprimidos por seguranças do estabelecimento que chegaram a quebrar o braço de um dos manifestantes. (http://www.midiaindependente.org/pt/red/2000/12/3.shtml -> curiosamente é o primeiro post do CMI Brasil).

Em 2007 o coletivo [conjunto vazio] passou fita zebrada em diversas portas de lojas do centro pela madrugada e pela manhã passeou com um carrinho de compras e distribuiu pedras como se fossem presentes (continham um laço de fita e estavam envolvidas em um panfleto anticapitalista) para transeuntes. (http://www.comjuntovazio.wordpress.com/2009/12/05/dia-sem-compras-2007/).

Em 2008 O coletivo Azucrina realizou um vídeo divulgando do Dia Sem Compras em BH. Na data do boicote, uma tremenda chuva despencou, forçando várias lojas a fecharem. (http://vimeo.com/3977491)

Em 2009 o coletivo [conjunto vazio] entrou no shopping Diamond Mall jogando do alto na praça de alimentação moedinhas de 1 centavo ao mesmo tempo que panfletos eram jogados do 3º andar do shopping e soltavam uma faixa dizendo “Não Consuma!” presa a balões de gás. (https://comjuntovazio.wordpress.com/2009/12/23/panfleto-dia-sem-compras/).

Em 2013 o coletivo [conjunto vazio] vai jogar Banco Imobiliário dentro do Banco do Brasil, fazer depósitos com dinheiro falso e enviar cartas ameaçadoras aos bancos (https://comjuntovazio.wordpress.com/2013/01/02/banco-imobiliario-auri-sacra-fames).

– RÁDIO SANTÊ FM

Importante rádio comunitária de Belo Horizonte que contava com diversos programas, que iam da divulgação da música independente da cidade, passando por programas voltados a causa negra, ao anarquismo e também sobre a causa feminista (como o programa “O.B. jetivo”) . A rádio funcionava no bairro em Santa Tereza, funcionando em diversos espaços físicos dentro do bairro, inclusive no Mercado Distrital de Santa Tereza criando uma forte relação comunitária. Um dos primeiros movimentos de radiodifusão publica e livre na cidade, funcionava de maneira autogestionada.

Foi fechada em 2000 pela ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) por não possuir concessão para funcionamento.

Áudios da ocupação da ANATEL na Rádio Santês (http://www.midiaindependente.org/pt/red/2003/05/254301.shtml)

– CENTRO DE MÍDIA INDEPENDENTE (CMI)

CMIO Inydmedia ou Centro de Mídia Independente foi concebido, planejado e executado como uma ferramenta de mídia para os diversos movimentos sociais, políticos e artistas que iriam às ruas de Seattle contra a OMC em novembro de 1999 (também dentro do contexto de manifestações globais advindas da AGP). Seguindo o lema torne-se a mídia, o CMI começa a criar vários núcleos em diversas partes do mundo e através do site (www.indymedia.org) qualquer um poderia postar seus textos, fotos e reportagens. Em Belo Horizonte desde 2001 já havia colaboração CMI Brasil, a partir de 2002 forma-se o núcleo do CMI-BH. Esse coletivo ficava encarregado de alimentar o site do site do CMI e cobrir manifestações e atividades na cidade, além de propagar a ideia de uma mídia não mediada por valores econômicos e políticos.

Uma das iniciativas mais interessantes era o Jornal “O Poste” era um importante jornal, feito no melhor esquema faça-você-mesmo que era colado em postes pela cidade.

Entrevista de 2002 do CMI ao Jornal Hoje em Dia (http://brasil.indymedia.org/pt/red/2003/12/270532.shtml).

Lista do CMI-BH com importantes registros e discussões (http://archives.lists.indymedia.org/cmi-bh/).

– RADIOLA LIVRE

Radiola LivreCriada em 2004 é uma das primeiras iniciativas de radio livre na cidade.

A Radiola LiVre estava situada na UFMG e era composta por estudantes da graduação, mestrandos, funcionários da UFMG e ex-programadores de outras Rádios fechadas pela Anatel (como a Rádio Santê).  Tinha o intuito de divulgar e experienciar a formas de radiofusão livre através de uma organização autonoma não-hierárquica, sempre problematizando as formas de sustentação e a relação com os poderes instituídos.

Texto do CMI-BH sobre a Radiola (http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2004/11/294676.shtml).

“Rádios Livres: As controvérsias ainda pairam no ar? Uma análise antropológica das novas relações sociais de radiodifusão” dissertação de mestrado sobre as rádios livres (http://pt.scribd.com/doc/242117891/Dissertacao-da-Flora-Completa-pdf#scribd).

– DOMINGO NOVE E MEIA (D9eMeia)

Domingo Nove e Meia

Surgido em 2007, era um encontro de cunho libertário, uma atividade para re-significação do espaço urbano e as relações entre os seus participantes. O D9eMeia possibilitava que pessoas de todos os lugares e ideias se apropriassem da rua para manifestar suas vontades: festas, debates, oficinas, churrascos veganos, shows, performances, apresentações artisticas, feiras grátis ou apenas um momento de encontro. Acontecia todo primeiro domingo do mês debaixo do Viaduto Santa Tereza, no baixo centro de Belo Horizonte em uma época que havia quase nada por lá, apenas o Duelo de MC’s (que começou concomitante ao D9eMeia e consideramos uma das atividades mais importantes e significativas de BH, já que efetivamente ocupa, resiste e trás a periferia ao centro da cidade).

Vídeo sobre o Domingo Nove e Meia (http://www.youtube.com/watch?v=Zx3CrgLVy6Q)

Wiki do Domingo Nove e Meia (http://rarbh.wikispaces.com/Domingo+Nove+e+Meia)

Domingo Nove e Meia - Show

– LOJA GRÁTIS

Loja Grátis

Surgida em 2008 diretamente das experiências com a Feira Grátis no D9eMeia (e seu cantinho das dádivas onde era possível pegar e deixar objetos) a Loja Grátis era um espaço localizado no Mercado Novo em uma loja emprestada pela Administração para a criação da mesma. Inspirada nos freeshop era possível pegar produtos sem precisar pagar ou trocar. Por meio de doações a Loja Grátis tinha o intuito de efetuar uma crítica prática a forma-mercadoria e ao dinheiro como mediador universal.

Matéria que saiu da Loja Grátis na Revista Vida Simples (http://ritacarvalhoportfolio.blogspot.com.br/2009/09/loja-gratis-vida-simples-abril-2009.html)

Wiki da Loja Gratis (http://www.lojagratis.tk/)

– ESPAÇO YSTILINGUE

YstilingueSurgido primeiramente como um coletivo de tecnopoéticas e depois sendo apropriado como um espaço aberto e horizontal pelas pessoa envolvidas no D9eMeia, Loja Grátis e outras agitações na cida.

Localizado no Edifício Maleta o Ystilingue era um local de experimentação e trocas em um contexto de liberdade de participação e de cooperação solidária entre grupos autônomos e indivíduos. Continha na época uma biblioteca, discoteca, videoteca comunitária, espaço de bricolab, a saudosa lanchonete “Barata Vegana”, desenvolvia oficinas, conversas, mostras de vídeos e festas.

O Ystilingue funciona ainda hoje como um dos espaços que compõem a Associação Elástica, juntamente com o Olympio (bar autogerido) e Gata Negra (futuro estúdio para experimentos sonoros, localizado na antiga sala onde ficava o Espaço Gato Negro).

Wiki do Espaço Ystilingue (http://ystilingue.wikispaces.com/).

Espaço Ystilingue

– BICICLETADA

bicicletadaTambém surgida da experiência direta do D9eMeia e inspirada em outras experiências de Bicicletadas e da Massa critica de outros estados e países. Em Belo Horizonte a Bicicleta iniciou suas atividades em 2008 e foi chamada no melhor estilo “faça você mesmo” com um rolê de bicicleta pela cidade. Além de permitir o encontro de pessoas interessadas em questionar o carrocentrismo, propagandear o uso da bicicleta na cidade e permitir uma mobilidade segura, a Bicicletada também produziu diversos panfletos e materiais gráficos.

Durante cerca de 1 ano e meio acontecia sempre última sexta-feira do mês, passando a ficar cada vez mais esparsa até cessar. Anos depois o evento volta a acontecer como “Massa Crítica”.

Relato da primeira Bicicletada (http://demagrela.blogspot.com.br/2008/03/bicicletada-bh.html)

Video da primeira Bicicletada (https://www.youtube.com/watch?v=Gi2F_4BuE_o)

Wiki da da Bicicletada (http://bicicletadabh.wikispaces.com)

Bicicletada - 1 ano

– COLETIVOS DE INTERVENÇÃO URBANA

Belo Horizonte tem uma longa tradição de coletivos e indivíduos intervindo na cidade. Dentre eles destacamos: grupo Poro (realizando intervenções poéticas e sutis na cidade); coletivo Renúncia (praticavam prankings  anticapitalistas como no McDonalds e culture jamming); Cidadão Comum ( intervém por meio de stencils, sticks e pixos); Vacas Magras (organizava eventos parodiando a Cow Parade); coletivo EntreAspas (além de realizar graffites também interviam por meio de assemblages feitos de objetos descartados que eram deixados nos espaços na cidade); coletivo Azucrina (realizavam graffites, além de shows e festas temáticas em rotatórias); coletivo Cisma (lançaram um dos melhores zines de Belo Horizonte “O Idealista” e estavam envolvidos em diversas bandas, além do grupo  de teatro de marionetes “A Revolução de Papelão“); coletivo [conjunto vazio] (intervenções, performances e agitações); 4e25 (lançaram diversas publicações, realizam graffites e murais).

O Sem Rosto é um vídeo importantíssimo pois evidencia muito bem um recorte sobre as práticas de culture jamming, intervenção e vandalismo pelos idos dos anos 2000 na cidade (https://www.youtube.com/watch?v=BWy6GBg_FAc).

– HORTA DA CHINELADA PRETA

Horta comunitária formada em 2008 após receberam um lote por concessão para desenvolver o plantio junto a comunidade, com a ajuda dos membros do bairro e membros de coletivos diversos. Entre as atividades desenvolvida estavam o estudo de permacultura, o plantio, compostas, irrigação alternativa.

A Horta da Chinelada Preta foi importante como uma das primeiras experiências dos grupos anarquistas em BH com as questões da permacultura, plantio e autonomia alimentar.

– ESCOLA AUTÔNOMA DE FERIADO (EAF)

Escola Autônoma de FeriadoEvento de cunho libertário e contracultural inspirado diretamente na experiência do Carnaval Revolução que havia acabado em 2008. Diversos espaços, coletivos, bandas e indivíduos (como o Espaço Ystilingue, coletivo Azucrina, Gato Negro, coletivo [conjunto vazio], Casa Somática, Horta da Chinelada Preta,  Exército Chapatista de Libertação da Culinária, Ü, Grupo Porco de Grindcore Interpretativo, dentre outros) se reuniram no carnaval de 2009 para criar a Escola Autônoma de Feriado. A EAF foi realizada no Espaço Ystilingue e na casa que abrigava o Azucrina e tinha como sugestivo lema: “Absenti Finxi Anus Factum Secui Vos” (“Tira o dedo do cu e faça você mesmo”). O evento durante 3 dias contou com festa, palestras, debates, oficinas, almoço vegano, bazar livre, bandas e um bloco DIY de carnaval que saiu pelas ruas de BH.

Site do evento (http://www.blog.azucrina.org/eaf).

Escola Autonoma de Feriado - discussão

– CASA SOMÁTICA

 Espaço organizado e gerido inicialmente por praticantes da terapia anarquista Somaiê. Funcionava de maneira autogestionada e horizontal. Realizava diversas atividades relacionadas a somaterapia, mas também oficinas, horta, shows, exibição de filmes, conversas e palestras. Além de abrigar a Escola Pirata (projeto de educação libertária e não-hierarquica) e ser um espaço convergente de pessoas e movimentações diversas.

– PRAIA DA ESTAÇÃO

Praia na Praça da EstaçãoHerdeira direta dessas movimentações passadas e surgida em 16 de janeiro de 2010, a Praia da Estação é uma proposta de ação direta, festiva e lúdica para ocupar a cidade. Organizada primeiramente sob o pseudônimo coletivo Luther Blissett, posteriormente Ommar Motta. Sempre com o intuito de se organizar de maneira horizontal e auto-organizada. A primeira Praia foi Convocada contra os mandos e desmandos do Prefeito Márcio Lacerda (que havia proibido eventos de qualquer natureza na Praça da Estação, local tradicional de Belo Horizonte) e contra os processos gentrificadores que cidade passava, rapidamente ganhou uma adesão enorme. O evento ainda hoje acontece reunindo milhares de pessoas com roupas de banho, bóias, guarda-sol e um caminhão pipa.

Texto sobre a “A Tradição Praieira Insurgente de Belo Horizonte” do coletivo [conjunto vazio] onde a Praia é inserida em uma longa tradição de outra ações festivas-artística-políticas (https://comjuntovazio.wordpress.com/2011/05/28/tradicao-praiera).

“Uma Praia nas alterosas, uma antena parabólica ativista” mestrado sobre a Praia da Estação defendida no ano de 2012 na FAE/UFMG (http://pt.scribd.com/doc/105508186/Uma-Praia-nas-alterosas-uma-antena-parabolica-ativista).

“ ‘EI, POLÍCIA, A PRAIA É UMA DELÍCIA!’: Rastros de sentidos nas conexões da Praia da Estação” dissertação de mestrado em Comunicação pela UFMG defendida em 2013 (http://www.joanaziller.com.br/ppgcom/m2013carolinaalbuquerque.pdf).

“Praia da Estação: carnavalização e performatividade” dissertação de mestrado em Artes pela UFMG defendida em 2014 (http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/EBAC-9REMHA/praia_da_esta__o___cdr.pdf?sequence=1).

Texto crítico do [conjunto vazio] escrito logo após a primeira Praia em 2010 (https://comjuntovazio.wordpress.com/2010/01/21/praia-da-estacao).

Praia da Estação - Banho de Caminhão Pipa

– ASSEMBLEIA POPULAR HORIZONTAL (APH)

Assembleia Popular Horizontal de Belo Horizonte

Surgida durante as manifestações de Junho de 2013 também por inspiração anarquista, autonomista e libertária, a APH é na nossa minha humilde visão um desdobramento dessas diversas ações na cidade. É uma tentativa de abrir um espaço de encontro entre indivíduos, grupos, partidos, coletivos de diversas ideologias e práticas. APH é constituída por dois eixos, por um lado auto-organizativo constituído por Grupos de Trabalho variados (que vão de metedologia a mobilidade urbana, passando por reforma urbana e democratização da mídia) e por outro um eixo composto propostas de ações diretas, protestos, escrachos. A APH por meio da busca de uma linguagem comum, anti-hierárquica e combativa. Através da autonomia, horizontalidade e ação direta buscam se organizar e ampliar a luta por uma auto-gestão generalizada da vida e da política.

“Nas Ruas” livro sobre as Manifestações de Junho de 2013 em Belo Horizonte e sobre o contexto de formação da APH (https://www.editoraletramento.com.br/nasruas.html)

Wiki da APH (https://aph-bh.wikidot.com/) .

Assembleia Popular Horizontal (ocupação da Câmara)

ENCONTRO LIBERTÁRIO TERRA PRETA

Encontro Libertário Terra Preta

 Evento  que aconteceu em agosto/setembro de 2013, na ocupação urbana Guarani Kaiowá (em Contagem – região Metropolitana de Belo Horizonte), com o intuito de reunir anarquistas, libertários,  autonomistas e interessados em vivência libertária e horizontal. 

Durante três dias diversas pessoas de diversas partes do Brasil acamparam na comunidade com debates, oficinas, mesas, sarau, filmes, performance, música, atividades culturais e outras atividades de cunho libertário. A participação era gratuita e a alimentação foi feita de modo coletivo e solidário por todos.

Página do evento ( https://www.facebook.com/encontrolibertarioterrapreta).

Fotos do evento (https://www.flickr.com/photos/mariaobjetiva/sets/72157635342674575 e https://www.flickr.com/photos/dq-pb/sets/72157635345659489).

Encontro Libertário Terra Preta - roda de conversa

Aos que vieram antes, agora e depois de nós…